A fumaça do
cigarro é uma mistura de aproximadamente 7.000 substâncias tóxicas diferentes
que afeta fumantes e não fumantes.
O fumo passivo é a inalação
da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, entre outros) por
não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados. A Poluição
Tabágica Ambiental (PTA) é a fumaça dos derivados do tabaco, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), torna-se ainda mais grave em ambientes
fechados.
A fumaça do tabaco
contém mais de 7.000 compostos e substâncias químicas (AMERICAN CANCER SOCIETY,
2022; AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2022; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND
PREVENTION, 2022; U.S. FOOD AND DRUG, 2022). Estudos indicam que no mínimo
69 destes compostos e substâncias provocam câncer (AMERICAN CANCER
SOCIETY, 2022; AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2022).
A fumaça é uma mistura
de milhares de substâncias tóxicas diferentes que constituem-se de duas fases
fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros
por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína.
A fase particulada contém nicotina e alcatrão.
Alcatrão é um composto
de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da
combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno,
cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210,
acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar
rato.
O monóxido de carbono
(CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do
sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO
com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a
oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças
como a aterosclerose.
A nicotina é
considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que
causa dependência. Ela age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma
diferença: chega em torno de 7 a 19 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é
classificado como doença e está inserido na 11ª Classificação
Internacional de Doenças [CID-11] para Estatísticas de Mortalidade e
Morbidade. No grupo "transtornos mentais, comportamentais ou do
neurodesenvolvimento", consta: "distúrbios devido ao uso de
nicotina" (WHO, 2022).
O tabagismo
passivo é a 3ª maior causa de morte evitável
no mundo, subsequente ao tabagismo ativo c
ao consumo excessivo de álcool. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer),
no Brasil há 2.600 mortes por dia em decorrência do fumo passivo.
O ar poluído
contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido
de carbono e até
cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do
fumante depois de passar pelo filtro
do cigarro.
A absorção da fumaça do cigarro, por aqueles
que convivem em ambientes fechados com fumantes,
causa vários malefícios à saúde como maior risco de doença por causa do
tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça, risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que
os não fumantes que não se expõem.
Os dois componentes
principais da poluição tabagista ambiental são a fumaça exalada pelo fumante corrente
primária e a fumaça que sai da ponta
do cigarro (corrente secundária). Substâncias como
nicotina, monóxido de carbono, amónia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontradas em quantidades mais elevadas.
Elas não passam
pelo filtro do cigarro e o não fumante
inala essas substâncias sem nenhum tipo de
proteção que amenize seus efeitos maléficos.
Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes
superiores que na corrente primária. A amônia existente na
formulação do cigarro promove uma transformação química que faz com que a nicotina seja mais absorvida
pelo fumante, tornando-o mais dependente da droga. Além disso, é o principal componente irritante da fumaça do tabaco.
Outros malefícios estão atrelados à maior frequência de infecções respiratórias por vírus e
bactérias, risco maior de doem as respiratórias como pneumonia, bronquites e
piora da asma, bem como o risco cinco vezes maior de bebés terem morte súbita sem uma causa aparente
(Síndrome da Morte Súbita
Infantil).
O fumo passivo
também causa manifestações como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse,
cefaleias, aumento de problemas alérgicos, principalmente das dias
respiratórias, e aumento da pressão arterial.
Efeitos do fumo passivo na saúde:
• Em adultos: aumenta o risco de doenças
cardiovasculares, câncer de pulmão, infarto e doenças respiratórias.
• Em crianças: pode causar problemas
respiratórios, otites, agravamento da asma e até morte súbita infantil.
• Em gestantes: eleva o risco de aborto
espontâneo, parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer.
Locais de maior risco:
• Ambientes fechados onde há fumantes
(casas, carros, bares, restaurantes).
• Espaços públicos sem ventilação
adequada.
Como se proteger?
• Evitar locais onde há fumantes.
• Manter a casa e o carro livres de
fumaça de cigarro.
• Apoiar políticas de ambientes livres
de tabaco.
O fumo passivo pode causar diversos problemas
de saúde em pessoas que não fumam, pois a fumaça do tabaco contém substâncias
tóxicas e cancerígenas. Os efeitos variam conforme o tempo de exposição e a
vulnerabilidade da pessoa exposta.
Efeitos do fumo passivo na saúde
1. Doenças cardiovasculares
• Aumenta o risco de infarto e AVC.
• Pode levar ao endurecimento das
artérias (aterosclerose).
• Eleva a pressão arterial e a
frequência cardíaca.
2. Doenças respiratórias
• Irritação nos olhos, nariz e garganta.
• Tosse crônica e dificuldade para
respirar.
• Aumento do risco de bronquite e
pneumonia.
• Agravamento de doenças como asma e
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
3. Câncer
• A exposição prolongada pode causar
câncer de pulmão, mesmo em não fumantes.
• Maior risco de câncer de mama, bexiga
e laringe.
4. Riscos para gestantes e bebês
• Aumento do risco de aborto espontâneo.
• Parto prematuro e baixo peso ao
nascer.
• Maior chance de morte súbita infantil.
5. Efeitos em crianças
• Maior propensão a infecções
respiratórias (bronquite, pneumonia).
• Maior risco de otites e perda
auditiva.
• Desenvolvimento de problemas
pulmonares a longo prazo.
Mesmo pequenas exposições ao fumo passivo podem
ser prejudiciais.
Referências
Dra. Silvia
Cury Ismael do HCor — Hospital do Coração.
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/tabagismo/tabagismo-passivo
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