domingo, 9 de maio de 2021

O grafeno vem aí.

As fibras ópticas feitas com fios de silício são consideradas as melhores estruturas para transferência de dados em alta velocidade e por longas distâncias. Mas, agora, cientistas da Universidade de Wisconsin, nos EUA, querem usar o grafeno para melhorar o desempenho dessas transmissões.


Eles conseguiram fabricar as menores fitas de grafeno já produzidas até hoje, usando um método de escalonamento que faz com que o material seja uma excelente alternativa para a utilização em telecomunicações no futuro.


O grafeno é um cristal bidimensional formado por ligações entre átomos de carbono, com hexágonos em forma de rede. Essa característica faz com que ele seja facilmente adaptável para diversas aplicações diferentes.


Em sistemas de telecomunicação ou na fabricação de células de energia solar, por exemplo, o grafeno se torna um material altamente requisitado por ser relativamente barato e ter propriedades físicas únicas, como ser isolante e condutor de eletricidade ao mesmo tempo.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Você conhece ou já ouviu falar da grande importância da ilha de Tatuoca, em Belém do Pará?

 

A ilha é de pequena dimensão, situada na baía de Santo Antônio, localizada a 12 km da costa, como parte do município de Belém, mas tem importância estratégica, por ser considerada um dos pontos de captação magnética na terra. A ilha possui um observatório magnético que há́ 63 anos ajuda a medir importantes fenômenos geofísicos. Portanto, esta pequena ilha tem uma importância gigantesca para a ciência. Pois, as informações coletadas são empregadas em telecomunicações, pesquisa científica, prospecção de minerais e navegação aérea, terrestre e marítima. 


No Brasil, existem apenas duas estações magnéticas fixas. Uma em Vassouras, no centro-sul do Rio de Janeiro, fundado em 1915, administrada pelo Observatório Nacional, que foi criado em 1827 por Dom Pedro I; e a na ilha de Tatuoca, em Belém, administrada pelo CNPq, por meio do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e agora de fato pelo Instituto de Geociências da UFPA.

Atualmente, no entanto, por conta do crescimento da cidade, as interferências já são perceptíveis nos dados. Para evitar ruídos, é preciso que carros, por exemplo, estejam a uma distância mínima de 100 metros – o que, em um centro urbano, acaba sendo quase impossível.

Em Tatuoca, por outro lado, como não há moradores, carros nem atividade alguma além da do observatório magnético, o ambiente é propício para as captações. Ainda assim, o controle é rigoroso: não se pode entrar no observatório com brincos, cintos ou qualquer item que contenha metal e possa criar interferência.

O observatório contém instrumentos que medem constantemente o campo magnético da Terra, o qual funciona como um escudo protetor para radiações solares e tempestades magnéticas. Por isso o local tem a importante função de criar modelos globais da variação do campo magnético terrestre e gerar dados essenciais para sistemas de navegação, de satélites, aviões e navios.

 


Além disso, a ilha de Tatuoca também influencia na importância do lugar, já que faz parte da história política do Pará. A ilha, ao norte da capital, foi o local do Quartel General do marechal Manuel Jorge, após a tomada de Belém pelos líderes cabanos, em 23 de agosto de 1835. De lá, o marechal evacuou Belém e bloqueou o porto da cidade.

Fontes:

Grupo de Pesquisa Geologia e Geoquímica Aplicada.

Instituição Serrapilheira.

 

 


domingo, 28 de março de 2021

Por que o canal de Suez é tão importante e como seu bloqueio afeta o mundo?

 

O Canal de Suez, no Egito, é uma das principais travessias marítimas do mundo para o transporte de mercadorias e matérias-primas.


Desde terça-feira (23.MAR.2021), a passagem pelo canal está bloqueada pelo cargueiro Ever Given, que encalhou devido a uma falha técnica ou humana e gera preocupação em todo mundo por bloquear a passagem dos demais navios.



O Ever Given, que tem 400 metros de largura (quase quatro campos de futebol), ficou atravessado diagonalmente dentro do canal que não tem mais de 200 metros de largura, bloqueando o tráfego nos dois sentidos. Foto: Reuters


O Canal de Suez é um canal navegável de 193 quilômetros de extensão localizado no Egito que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. Atualmente, administrada pelo governo do Egito, que no ano passado recebeu US$ 5,61 bilhões em receita de pedágios.


Inaugurada no século 19, em 1869, é uma das principais artérias econômicas do mundo, já que por ela passa mais de 12% do comércio mundial, segundo dados da Autoridade do Canal de Suez. A rota é vital para as cadeias de suprimentos no mundo todo.


Seu valor está no fato de oferecer aos navios de carga uma rota entre a Ásia, o Oriente Médio e a Europa sem ter que contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Isso permite que os navios economizem quase 9 mil quilômetros em cada sentido, reduzindo a distância em 43%, segundo dados do World Maritime Transport Council (WSC), instituição que representa as principais empresas de transporte marítimo de carga.


O Ever Given – que cumpria a rota Malásia-Holanda – colidiu com a lateral do canal na terça-feira (23) quando, de acordo com a Autoridade do Canal de Suez, foi engolfado por ventos de 40 nós e uma tempestade de areia que comprometeu a visibilidade. Em meio à luta para empurrar o navio de volta ao curso normal, dezenas de embarcações ficaram presas em um engarrafamento marítimo.

O Ever Given, de 400 metros de comprimento, ficou preso na diagonal de uma seção sul do canal, interrompendo o tráfego de navios no canal. Se demorar muito a desobstrução do canal, analistas apontam para risco de falta de produtos e impacto nos preços do petróleo e de outras commodities. 

O bloqueio interrompeu a passagem entre a Ásia e a Europa de mercadorias avaliadas em US$ 9,6 bilhões por dia, segundo a consultoria Lloyd's List Intelligence, pois quase 237 navios esperavam para passar por ali. Os prejuízos chegam a US$ 400 milhões por hora.

A imagem à esquerda mostra navios esperando para passar pelo Canal de Suez no domingo, 21 de março. A imagem à direita mostra os barcos na quinta-feira, 25 de março, dois dias depois que o Ever Given encalhou. Foto: Reuters

Com o congestionamento de navios, a normalização do tráfego pode levar semanas, já que uma travessia feita com segurança leva cerca de 15 horas. Alguns navios já cogitavam contornar o sul da África, como o Ever Greet, também da Evergreen, segundo a Lloyd's List, embora a travessia leve quase 12 dias a mais.

Dado o tráfego intenso no Canal de Suez – em tempos normais, a média é de 106 porta-contêineres e navios de cruzeiro por dia – talvez seja até surpreendente que esse tipo de incidente não aconteça com mais frequência.

A Evergreen, empresa dona do navio gigante, está enfrentando milhões de dólares em indenizações de seguros e o custo de serviços de salvamento de emergência.

domingo, 24 de janeiro de 2021

Home office: equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

 

A pandemia transformou o mundo quanto aos hábitos e procedimentos da população. No mercado de trabalho não foi diferente. O home office (teletrabalho), tornou-se uma prática fundamental para que as empresas, escritórios, comércios, entre outros, não parassem com as suas atividades.

Muitas das empresas e escritórios já haviam implantados este modelo de trabalho, e estas apesar de estarem satisfeitas com o home office, pois vinham aumentando esta prática, e atestam até crescimento na produtividade, porém ficou evidenciado nesta pandemia que o mercado e as pessoas não estavam preparados para o trabalho no modelo home office. Pois, alguns destes profissionais já estavam acostumados com a dinâmica, porém a grande maioria que tiveram que mudar este modelo de trabalho não estavam preparados.

Muitos estudos atuais mostrando que os profissionais envolvidos podem estar tendo problemas para se desligar do trabalho, afetando sua saúde mental e física, causado pela quebra dos horários dos turnos, intermináveis e múltiplas jornadas, familiares e pets invadindo espaços e reuniões de trabalho, ou seja, não há mais descanso.

Os trabalhadores passaram a sentir uma fadiga eletrônica e, consequentemente, aumentou o estresse, o que fez este colaborador comer mais e pior. No entanto, quase um ano depois e com os surtos se multiplicando, a recomendação de priorizar o teletrabalho permanece.

Sem condições adequadas de trabalho em suas casas, no entanto, o home office tem trazido impactos na saúde e no bem-estar dos brasileiros.  Os principais sintomas físicos que se tornaram mais frequentes que o habitual são dores nas costas (58%), no pescoço (75%), fadiga ocular (55%), perda de sono (55%) e dores de cabeça (53%).


Os resultados são de estudo realizado pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGVSaúde), em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) do Reino Unido e com o apoio técnico da empresa Sharecare.

Um capítulo à parte quanto a saúde do trabalhador estão os que sofrem com Burnout, esgotamento físico e mental por excesso de trabalho. A Síndrome de Burnout (distúrbio emocional ligado ao esgotamento profissional extremo) é um perigo real. No ano passado, a Organização Mundial da Saúde a incluiu oficialmente em seu catálogo de doenças. Segundo a Associação Nacional da Medicina do Trabalho, 30% dos brasileiros já sofrem com o problema - mesmo sem a pandemia.

A pandemia de covid-19 mudará em definitivo a forma de trabalho. A doença acelerou processos que já vinham se desenhando há anos. E nem mesmo a descoberta de uma vacina fará a sociedade voltar ao que era antes. No futuro será preciso resgatar as premissas do teletrabalho que exige uso saudável da tecnologia, o que quer dizer ter equilíbrio e evitar excessos.

Neste novo normal, o equilíbrio entre a família e o trabalho passa a ser primordial para a manutenção da saúde. A necessidade de implantação do teletrabalho tem que ter uma maior sensibilidade no equilíbrio entre família e trabalho em home office.