domingo, 30 de março de 2025

OS PERIGOS DO FUMO PASSIVO.

 

A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 7.000 substâncias tóxicas diferentes que afeta fumantes e não fumantes.



O fumo passivo é a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, entre outros) por não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados. A Poluição Tabágica Ambiental (PTA) é a fumaça dos derivados do tabaco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), torna-se ainda mais grave em ambientes fechados.

 

A fumaça do tabaco contém mais de 7.000 compostos e substâncias químicas (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2022; AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2022; CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2022; U.S. FOOD AND DRUG, 2022). Estudos indicam que no mínimo 69 destes compostos e substâncias provocam câncer (AMERICAN CANCER SOCIETY, 2022; AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2022).

 

A fumaça é uma mistura de milhares de substâncias tóxicas diferentes que constituem-se de duas fases fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão.

 

Alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato.

 

O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose.

 

A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência. Ela age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega em torno de 7 a 19 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é classificado como doença e está inserido na 11ª Classificação Internacional de Doenças [CID-11] para Estatísticas de Mortalidade e Morbidade. No grupo "transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento", consta: "distúrbios devido ao uso de nicotina" (WHO, 2022).

 

O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subsequente ao tabagismo ativo c ao consumo excessivo de álcool. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), no Brasil há 2.600 mortes por dia em decorrência do fumo passivo. O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina e monóxido de carbono e até cinquenta vezes mais substâncias  cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

 

A absorção da fumaça do cigarro, por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes, causa vários malefícios à saúde como maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça, risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não fumantes que não se expõem.

 

Os dois componentes principais da poluição tabagista ambiental são a fumaça exalada pelo fumante corrente primária e a fumaça que sai da ponta do cigarro (corrente secundária). Substâncias como nicotina, monóxido de carbono, amónia, benzeno, nitrosaminas e outros carcinógenos podem ser encontradas em quantidades mais elevadas. Elas não passam pelo filtro do cigarro e o não fumante inala essas substâncias sem nenhum tipo de proteção que amenize seus efeitos maléficos.

 

Os níveis de amônia na corrente secundária chegaram a ser 791 vezes superiores que na corrente primária. A amônia existente na formulação do cigarro promove uma transformação química que faz com que a nicotina seja mais absorvida pelo fumante, tornando-o mais dependente da droga. Além disso, é o principal componente irritante da fumaça do tabaco.

 

Outros malefícios estão atrelados à maior frequência de infecções respiratórias por vírus e bactérias, risco maior de doem as respiratórias como pneumonia, bronquites e piora da asma, bem como o risco cinco vezes maior de bebés terem morte súbita sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil).




 

O fumo passivo também causa manifestações como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaleias, aumento de problemas alérgicos, principalmente das dias respiratórias, e aumento da pressão arterial.

 

Efeitos do fumo passivo na saúde:

          •          Em adultos: aumenta o risco de doenças cardiovasculares, câncer de pulmão, infarto e doenças respiratórias.

          •          Em crianças: pode causar problemas respiratórios, otites, agravamento da asma e até morte súbita infantil.

          •          Em gestantes: eleva o risco de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer.

 

Locais de maior risco:

          •          Ambientes fechados onde há fumantes (casas, carros, bares, restaurantes).

          •          Espaços públicos sem ventilação adequada.

 

Como se proteger?

          •          Evitar locais onde há fumantes.

          •          Manter a casa e o carro livres de fumaça de cigarro.

          •          Apoiar políticas de ambientes livres de tabaco.

 

O fumo passivo pode causar diversos problemas de saúde em pessoas que não fumam, pois a fumaça do tabaco contém substâncias tóxicas e cancerígenas. Os efeitos variam conforme o tempo de exposição e a vulnerabilidade da pessoa exposta.

 

Efeitos do fumo passivo na saúde

 

1. Doenças cardiovasculares

          •          Aumenta o risco de infarto e AVC.

          •          Pode levar ao endurecimento das artérias (aterosclerose).

          •          Eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca.

 

2. Doenças respiratórias

          •          Irritação nos olhos, nariz e garganta.

          •          Tosse crônica e dificuldade para respirar.

          •          Aumento do risco de bronquite e pneumonia.

          •          Agravamento de doenças como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

 

3. Câncer

          •          A exposição prolongada pode causar câncer de pulmão, mesmo em não fumantes.

          •          Maior risco de câncer de mama, bexiga e laringe.

 

4. Riscos para gestantes e bebês

          •          Aumento do risco de aborto espontâneo.

          •          Parto prematuro e baixo peso ao nascer.

          •          Maior chance de morte súbita infantil.

 

5. Efeitos em crianças

          •          Maior propensão a infecções respiratórias (bronquite, pneumonia).

          •          Maior risco de otites e perda auditiva.

          •          Desenvolvimento de problemas pulmonares a longo prazo.

 

Mesmo pequenas exposições ao fumo passivo podem ser prejudiciais.

 

Referências

Dra. Silvia Cury Ismael do HCor Hospital do Coração.

 

https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/tabagismo/tabagismo-passivo

 

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