domingo, 5 de abril de 2009

ÁGUA BEM LIMITADO

A água é um elemento essencial à vida, pois está diretamente ligada a nossa história biológica e trajetória vital. A ciência tem demonstrado que a vida se originou na água e que ela constitui a matéria predominante nos organismos vivos.

A quantidade de água existente em nosso planeta não aumenta e nem diminui. Acredita-se que a quantidade atual de água seja praticamente a mesma de há 3 bilhões de anos, isto ocorre devido ao ciclo da água suceder-se infinitamente.

A água pode ser saudável ou nociva. Na natureza não existe água pura, devido a sua capacidade de dissolver quase todos os elementos e compostos químicos. Mas, a água potável não está disponível infinitamente, ela é um recurso limitado. Parece inacreditável já que existe tanta água em nosso planeta, então vejamos o quadro abaixo para podermos entender melhor está afirmação:

70% do planeta Terra é coberto por água.

Destes, 97% são de água salgada,

e os 3% restantes , de água doce.

Destes 2,325% estão em geleiras e icebergs,

e as 0,675% restantes estão em rios, lagos, subsolo e atmosfera.

Mas somente 0,0091% estão potencialmente disponíveis para consumo humano.

No foro mundial realizado em 17/03/00, em Haia, teve como objetivo de sensibilizar a opinião pública e os dirigentes do planeta sobre a escassez de água, que se agravará no século XXI. A ONU através de relatório informou que hoje existe seis bilhões de habitantes no planeta, e que em 2025 este número chegará a oito bilhões de habitantes, com isto fez um alerta de que se não for adotada uma política de luta contra a má administração e a contaminação da água, 3 bilhões de pessoas terão menos de 1.700 m3 de água por ano em 2025, dado considerado pela ONU preocupante, pois a população mundial triplicou no século 20, e o consumo de água aumentou seis vezes. A ONU afirma que já existem cerca de um bilhão de indivíduos sem acesso a água fresca. E que, persistindo a atual tendência, a demanda por água fresca será 59% maior do que a oferta. Ainda, segundo a ONU, 2,4 bilhões de pessoas nos países subdesenvolvidos vivem sem rede de esgoto e 1,1 bilhão não têm acesso à água potável. Mais de cinco milhões de crianças morrem anualmente por beberem água poluída. Em certas áreas do México a falta de água chegou a obrigar crianças a beberem coca-cola como solução.

Alguns especialistas estimam que doenças relacionadas a essas carências matem entre 10 mil e 20 mil crianças por dia nos países do Terceiro Mundo, com isto, o acesso à água tratada será um dos principais assuntos a serem discutidos pelas autoridades mundiais. Muitos especialistas afirmam haver água suficiente para o consumo da população mundial, mas que o uso dela tem de ser feito de forma mais inteligente.

Devido a esses números a água tem se tornado um elemento de disputa entre nações. Um relatório do BANCO MUNDIAL, datado de 1995, alerta para o fato de que as “as guerras do próximo século serão por causa de água, e não por causa de petróleo ou política, pois a água doce será o recurso natural mais disputado”. Conflitos pela água aumentam enquanto fontes se esgotam em todo o mundo. Tanto é que já existem polemicas em torno da água doce atualmente,

A disposição de água está diminuindo em todos os continentes, e especialistas alertam que a situação deve piorar significantemente nos anos que estão por vir. Além das faltas que já existem, as previsões aumentam as tensões e a incerteza para os países que compartilham as fontes de água, como a Turquia e a Síria, onde Aween está entre aqueles que ainda esperam que o Eufrates seja trazido até a sua porta.

Na Síria, o rio Eufrates fica nas proximidades, mas a água não chega a Abdelrazak al-Aween. No coração da crescente fértil, ele se depara com áreas secas.

O governo sírio prometeu água para a pequena vila de Aween. Mas rio acima, na Turquia, e rio abaixo, no Iraque, promessas semelhantes estão sendo feitas. Elas comprometem mais água do que o Eufrates realmente tem.

Então em vez de irrigar seu algodão e sua beterraba, Aween precisa puxar com um sifão a água para beber e tomar banho de um canal a 40 minutos de distância por trator. Enquanto isso, do outro lado da fronteira, Ahmet Demir, um fazendeiro turco, tem seus pés afundados na lama, e sua plantação suga toda a água que precisa.

Temos ainda o caso do mar de Aral, um imenso lago de água salgada entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, é um exemplo das conseqüências desastrosas do uso incorreto das fontes de água doce. Nos anos 60, os projetistas soviéticos construíram uma rede de canais para desviar a água dos rios que alimentavam o mar a fim de irrigar campos de algodão do Uzbequistão e do Turcomenistão. Como resultado, os animais do mar foram desaparecendo, e o reservatório de água está encolhendo. Atualmente, o mar de Aral está separado em dois compartimentos de água. Aralsk, no passado uma cidade portuária movimentada, está agora a 95 quilômetros das águas.

O falecido rei Hussein, da Jordânia, declarava que iria à guerra com Israel por acesso a água, pois o estado judeu controla o rio Jordão. Cingapura certa vez recuou criticas feitas à Malásia, que ameaçou suspender os fornecimentos de água à rica cidade-estado que deles depende para viver.

Da queima das planícies da Mesopotâmia até os desertos que se expandem continuamente no norte da China às plantações de algodão no noroeste do Texas, a luta pela água está gerando tensões sociais, econômicas e políticas.

Tanto as Nações Unidas quanto o Conselho de Inteligência Nacional, um grupo de consultoria para a CIA, alertaram que a competição pela água deve piorar. "Conforme os países pressionam contra os limites de água disponível entre agora e 2015, a possibilidade de conflito aumentará", informou o Conselho de Inteligência Nacional em um relatório no ano passado.

Até 2015, de acordo com estimativas das Nações Unidas e do governo dos EUA, pelo menos 40% da população mundial, ou cerca de 3 bilhões de pessoas, viverão em países onde é difícil ou impossível ter água suficiente para satisfazer as necessidades básicas.

A crescente escassez de água potável é a maior ameaça à vida na Terra. Mas os homens tendem a pensar no hoje e deixar o amanhã para o amanhã. Houve época em que isto era aceitável. Não mais. A população se multiplica. E se exige tempo para as medidas de produção e recuperação. O homem criou armas que podem destruir-nos a todos. Os países gastam dezenas de bilhões para adquiri-las. O paradoxo é que não se preocupem o suficiente com gerações futuras. Sujam suas terras para salvá-las. Literalmente estão acabando com os meios de viver para salvar a vida.

O futuro do mundo está em jogo e pouco se faz para salvá-lo. Fala-se muito e se realiza pouco. Foi o que se concluí pesquisando a questão da água potável.

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