sexta-feira, 19 de abril de 2013

Região Sul é única a registrar redução nos acidentes de trabalho. Na Região Norte aumentou.


Os três estados do Sul do Brasil são responsáveis por em torno de 21% da economia industrial do país. Em 2011 Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná responderam pe­la maior geração de empregos registrados na indústria de transformação. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram criados 58.674 ­novos empregos no segmento industrial. Ao todo, o Sul ge­rou 330.685 postos de tra­balho, o que significa que o segmento respondeu por 17,74% dos empregos oferecidos pelo mercado de trabalho.
O que surpreende é o fato de que ao mesmo tempo em que o setor propiciou um aumento em sua mão de obra, apresentou uma queda no percentual de acidentes. O Sul foi a ú­nica região brasileira a registrar uma redução no núme­ro de acidentes de trabalho entre 2010 e 2011. De acordo com dados da Previdência Social, a região teve 153.329 acidentes laborais em 2011, número 3,2% menor do que o registrado no ano anterior, quando foram computados 158.486 acidentes. 
A redução ocorreu nos três Estados do Sul, sendo que Paraná e Santa Catarina apresentaram o mesmo percentual de queda, 3,8%. Os paranaenses registraram 52.075 acidentes laborais em 2010 e 50.046 em 2011, enquanto os catarinenses tiveram registro de 47.754 acidentes em 2010 e 45.930 em 2011. Já os gaúchos sofreram 58.657 aci­dentes em 2010, e 57.353 em 2011, o que representa uma redução de 2,2% na proporção de acidentes registrados.

Região Sul aumentou número de mortes em acidentes de trabalho

Ao mesmo tempo em que exibe uma redução considerável no número de ocorrências de acidentes, a região Sul apresentou aumento relevante de acidentes fatais - foram 560 mortes relacionadas ao trabalho em 2011, o que mostra um crescimento de 10,9%, já que em 2010, foram comunicados 505 óbitos.
Os paranaenses foram os mais viti­ma­dos pelos acidentes fatais em 2011, respondendo por 39,5% das mor­tes no trabalho. No en­tan­to, mesmo tendo 221 óbitos, o ­estado não teve o maior aumento de mortes en­tre 2010 e 2011. Coube ao Rio Grande do Sul esta posição, que teve acréscimo de 11,8% nos regis­tros de acidentes fatais (de 153 ­aciden­tes fatais em 2010, passou para 171 em 2011), enquanto o Paraná te­ve uma elevação de 11% (houve a notificação de 199 óbitos em 2010, com 221 em 2011).
Santa Catarina foi o estado do Sul do Brasil que registrou o menor percentual de crescimento do número de mortes em acidentes de trabalho - foram 168 mortes em 2011, quando em 2010 foram registradas 153 mortes.

RS lidera ranking de doenças laborais

Analisando os dados dos 22 anos em que o Ministério da Previdência levanta as informações sobre acidentes de trabalho no país, percebe-se que o Rio Grande do Sul tem apresentado nestes últimos 22 anos uma média de doenças laborais quase 50% maior do que os demais estados do Sul. Enquanto que Santa Catarina e Paraná possuem uma média de adoecimento anual de 899 e 890, respectivamente, os gaúchos sofrem com a média de 1.868 registros de doenças do trabalho.
Em 2011, os três estados apresentaram  ­redução em seus registros de adoecimento labo­ral. Mas o Rio Grande do Sul foi o que ob­teve a menor queda em 2011, em relação a 2010: 4,8% (de 1.359 registros de doenças, contabili­zou 1.293 em 2011). Tanto Paraná, com 42,6%, quanto Santa Catarina, com 32,5%, tiveram reduções percentuais mais representativas no registro de adoe­ci­mentos no período.

Os números do Brasil

Entre 2010 e 2011 houve um aumento de 4,7% no número de registros de acidentes fatais relacionados ao ambiente de trabalho. Em 2011 um total de 2.884 trabalhadores perderam suas vidas durante o exercício de suas atividades profissionais, enquanto que em 2010 foram registrados 2.753 mortes no trabalho. O relatório do MPS também a­ponta um leve aumento no número de acidentes de trabalho. No último ano foram notificados 711.164 acidentes laborais, enquanto que em 2010 foram contabilizados 709.474 registros no ambiente de trabalho, o que representa uma elevação de 0,2% no percentual de acidentes de trabalho.
Os acidentes de trajeto foram responsáveis por grande parte deste crescimento da acidentalidade no trabalho, tendo respondido por 14% dos acidentes notificados no último ano. Foram 100.230 acidentes de trajeto em 2011 contra 95.321 em 2010, o que representa incremento de 5,1%.
                                                      Foto: Arnaldo Dopazo Antonio José

Por outro lado, a exemplo do que já havia ocorrido em 2010, as notificações sem CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) diminuíram em 2011. O número de registros pela sistemática do NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previden­ciá­rio) no último ano foi 3,9% menor do que o contabilizado em 2010. Passou de 179.681 registros para 172.684 em 2011. Ao todo, a identificação de acidentes e doenças do trabalho por relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador (sem CAT) corres­pon­de a 24,3% da acidentalidade no País.  
O número de registros de doenças do trabalho também apresentou significativa redução de 2010 para 2011. O percentual de adoecimento ocupacional diminuiu 12,1% entre os dois últimos anos, passando de 17.177 para 15.083. Já as ocorrências típicas tiveram uma elevação de 1,4% (de 417.295 registros em 2010, passou para 423.167 no último ano).
Os estados do Norte do Brasil tiveram a maior elevação na incidência de acidentes laborais (4,4%) em 2011, passando de 29.765 (2010) para 31.084. O Sudeste ocupou o posto de região com a segunda maior elevação de acidentes laborais em 2011 (1,3%), passando de 382.216, contabilizado em 2010, para 387.142 no último ano.
Os trabalhadores entre 25 e 29 anos foram os que mais se acidentaram em 2011, Já o grupo de trabalhadores que engloba a faixa etária entre 30 e 34 anos teve um acréscimo de 1,8% no percentual de acidentali­dade.

Atividades

O setor de serviços, com 341 mil notificações de acidentes de trabalho, e a Indústria, com 313.131 ocorrências, lideram o ranking dos setores que mais apresentaram acidentes de trabalho em 2011. As três atividades que registraram o maior número de a­cidentes integram o segmento de serviços (atendimento hospitalar, administração pública e o comércio varejista de mer­cadorias em geral) que, juntas, representaram 13,5% da acidentalidade registrada no país.
A construção apresentou o au­mento mais significativo de registros de acidentalidade, em comparação aos dados de 2010. Houve um crescimento de 6,9% nas ocorrências registradas na área. Somente a construção de edifícios, classe que integra a seção construção, respondeu por 36,3% das ocorrências em 2011.

Mãos e punhos são as partes mais afetadas

Os trabalhadores dos setores de serviços e de funções transversais (operadores de robôs, de veículos operados e controlados remotamente, condutores de equipamento de e­levação e movimentação de cargas, entre outros) continuam sendo os profissionais que registram a maior aciden­ta­lidade no país. Os empregados da área de serviços sofreram 8,9% mais acidentes em 2011 (80.911) do que em 2010 (74.281), enquanto que quem atua na área de funções transversais viven­ciou um aumento de 2,9% (de 72.734 em 2010, passou para 74.877 em 2011).
As mãos e os punhos ainda são as partes do corpo mais afetadas em acidentes de trabalho no Brasil. Ferimentos do punho e da mão e fraturas ao nível do punho e da mão são responsáveis por 17,2% dos acidentes registrados em 2011: 72.043 contra os 50.473 registrados em 2010. 
Data: 17/04/2013 / Fonte: Assessoria de Imprensa - Raquel Guimarães
 

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